A cidade de São Paulo teve 112 vítimas de feminicídio desde que a lei que tipifica o crime foi sancionada, em março de 2015. Somente no ano passado, 42 mulheres foram assassinadas na capital paulista pela condição do sexo feminino conforme as informações oficiais do governo de São Paulo. O número de 2019 corresponde a uma vítima a cada nove dias.
Desde que entrou em vigor, o número de vítimas cresce a cada ano e em 2019 houve aumento de 55,5% em relação ao ano anterior.
O distrito de Pirituba, na zona norte, foi o que mais teve vítimas de feminicído no ano passado. Segundo a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo), quatro mulheres foram assassinadas na região em 2019.
Ao longo dos quase cinco anos desde que começou a valer a qualificação de feminicídio, outros três distritos de São Paulo tiveram quatro homicídios motivados pela condição do sexo feminino: Ermelino Matarazo (zona leste), Jardim Ângela (zona sul) e Mandaqui (zona norte).
Dos crimes que aconteceram em Mandaqui e Ermelino Matarazzo, três foram no ano passado, deixando empatados como segundo distrito com mais vítimas de feminicídio na capital paulista. O outro caso do distrito da zona norte acontece em 2016, já o da zona leste foi em 2017.
Já o distrito do Jardim Ângela foi o que mais teve mulheres assassinadas por ser mulher no ano de 2018: três vítimas. O outro caso no distrito do extremo da zona sul da capital foi no ano passado.
Os perfis
as 42 mulheres mortas no ano passado, apenas uma não constava o nome e a idade no boletim de ocorrência (que aconteceu em Pirituba). Entre todas as outras, a idade não segue nenhum padrão, mas a média é de 39 anos.A pessoa mais jovem a ser morta por ser mulher no ano passado foi a adolescente Joyce Natália Paiva Rocha de Jesus, de 17 anos. A jovem negra foi assassinada no dia 29 de dezembro, no distrito de São Rafael (zona leste).
Na outra ponta, a vítima de feminicídio mais velha na cidade de São Paulo em 2019 foi a aposentada Benilde Sant’Anna Pacheco, de 88 anos. A idosa negra também foi morta em dezembro, no dia 23, no distrito do Mandaqui.
Nos quase cinco anos de registros de feminicídios na capital paulista, 62 vítimas eram brancas e 50 negras (40 pardas e 10 pretas). Somente no ano passado foram 22 mulheres brancas assassinas, 14 pardas e seis negras. Em 2015 e 2018 não teve nenhuma vítima negra.
Os nomes
Dos registros de casos de mulheres assassinadas por serem mulheres que aconteceu no distrito com mais letalidade em 2019 (Pirituba), apenas uma mulher branca, morta em 19 de maio, em caso registrado no 87º DP (Vila Pereira Barreto), não consta o nome e a idade.As outras três vítimas de Pirituba no ano passado são: Jolie Louise Marras, de 25 anos, morta em 8 de setembro; Leila Dias Fonseca, de 33 anos, assassinada no dia 11 de agosto; e Juliana Miranda Cardoso dos Santos, vítima de feminicídio aos 34 anos, em 18 de julho.
Fonte:
noticias.r7.com